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Opinião de António Monteiro Fernandes

A vida profissional é um jogo de Rugby… e vice-versa!

3 de fevereiro de 2025
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Caro leitor,
No âmbito da área de Formação Corporativa da iProperties, decidi escrever-vos sobre algo em que acredito muito e que aprendi na minha adolescência!
Na minha adolescência fui praticante de Rugby durante de 3 anos. Era um aspirante a jogador muito modesto, diria até sofrível, não fosse, nessa idade, bastante veloz para fugir daquelas bestas com vários metros cúbicos de músculos!
Foi essa velocidade e capacidade esguia que me colocaram na posição certa: Ponta!… Mal explicado, era o último a receber a “bola” e “só” tinha que correr com tudo o que Deus me dava, em direção ao meu objetivo: a linha de ensaio!
Estes tempos ensinaram-me muito mais do que muitos anos de “outras vidas”!
Esta modalidade, devia fazer parte da formação de qualquer pessoa… Homem ou Mulher! É uma verdadeira alegoria do que é, ou deveria ser, a estratégia de qualquer empresa, ou percurso profissional!
Entre muitos termos da gíria “rugbista”, temos a “Mêlée”, a “Touch”, o ensaio, a conversão, o “Drop”, a placagem, o “Ruck”, etc! Além disso, a “bola” é muito pouco parecida com uma bola!…
Então e porque é que o Rugby pode ser comparado às nossas empresas ou às nossas vidas profissionais?
Vejamos!
As empresas, como qualquer equipa desportiva, são compostas por Pessoas!… Parece uma conclusão estúpida, mas muita gente ainda não chegou lá!
Estas pessoas são TODAS diferentes umas das outras, com valências diferentes e com papéis diferentes. Ainda assim, todas essenciais para que a empresa atinja o seu propósito. Numa equipa de Rugby, os mais pesados fazem parte do pack de avançados (os que estão mais presentes nas “molhadas”) e os mais leves (e mais rápidos) são os médios e defesas… Em qualquer empresa, tudo deve acontecer da mesma forma, de acordo com as competências de cada um, sendo que nada se faz sem o trabalho de cada “jogador”!
Cada um sabe exatamente o seu papel, a cada momento… mas não só! Sabe o papel do outro de modo a poder fazê-lo, a executá-lo, em caso de necessidade! Infelizmente é o contrário que acontece no nosso dia-a-dia, nas nossas empresas!
Nenhum jogador, por mais vedeta que seja, se safa num jogo de Rugby, sem a ajuda dos restantes 14!… Ninguém chega à última linha sozinho… e se por acaso o faz, aparentemente sozinho, foi porque os outros ajudaram a “agarrar” os adversários!… Nas Empresas passa-se de modo igual!… Sem o trabalho de cada um, nunca se chega ao objetivo final. Muitas vezes, aquele trabalho mais “invisível” é a chave do sucesso rumo ao “ensaio”!
O Rugby é provavelmente o jogo que aparenta maior desorganização, mas é, provavelmente, o mais organizado! Parece algo ilógico, mas é a mais profunda das verdades, e só quem já jogou compreende isto!… Na realidade é exatamente o que se passa nas empresas: o dia-a-dia é muito parecido com um dia louco sem nexo, mas, na verdade, tudo tem um sentido! É preciso saber bem o que se passa lá dentro para saber para que lado a bola vai rolar!
A “Mêlée” não é mais do que a típica sala de negociações de dois parceiros! Cada pack tem as suas valências, uns mais pesados que outros, mas têm que se encaixar para que a bola possa rolar… ganha a equipa que melhor aplicar a sua estratégia!
A placagem é o que impede, mesmo que por apenas uns segundos, o nosso adversário de nos suplantar… Esta capacidade de enfrentar com vigor aquele concorrente que vem desenfreado contra nós é um dos desafios maiores… seja no Rugby, seja na nossa vida profissional… mas é incontornável fazê-lo e, por isso, temos de encher o peito, suster a respiração, enrijecer o ombro e agarrar as pernas do adversário… por mais que possa doer!
Numa equipa de rugby cada jogador sabe que não se safa sozinho e que, se o tentar fazer, sabe que mais cedo ou mais tarde, será placado e ficará ao abandono, entregue aos seus “inimigos”! Nunca vi uma equipa de Rugby sem um espírito de entre ajuda insuperável!… Não existe aquele sentimento de “Eu sou Ponta e por isso não vou à molhada“, “Eu sou avançado e por isso não vou apanhar a bola aí atrás!”… Infelizmente este tipo de expressões são “o pão nosso de cada dia” das nossas organizações!…
A Bola, num jogo de Rugby é um dos pontos fulcrais… nunca sabemos onde ela vai! Se bate no chão, esta “bola” pode ir em qualquer direção! Esta bola é o paradigma da nossa economia, do nosso mercado, da nossa vida… Aqui, como no Rugby, temos duas hipóteses: Ou ficamos a ver para que lado cai a bola (esperando que nos venha parar ao colo) correndo o risco de que esta vá em direção ao inimigo, ou nos atiramos à bola, sem a deixar cair no chão, para retomarmos o nosso caminho rumo ao ensaio!
Que cada um de nós faça um “Hand-off” aos nossos obstáculos para seguirmos rumo aos nossos objetivos!

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