Das Notícias e do Direito
Querido mês de Agosto
9 de agosto de 2022
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Entrados no mês de Agosto, anseia-se por férias, banhos e descanso.
Sardinhadas de reencontros, festas de aldeia prazerosas ou o regresso às viagens e a descobertas fora de portas.
Entretanto as notícias da guerra, dos incêndios, da seca e das urgências encerradas, preenchem os espaços dos noticiários, numa aparente normalidade da anormalidade!
Extraordinariamente o ser humano tem esta capacidade de adaptação, primeiro o choque, depois a habitualidade, o entreolhar de ombros seguindo em frente, logo de seguida.
Porque esta é a 100ª edição do Notícias de Loures, fui pesquisar os nossos escritos, desde 2018, e já falámos da actualidade, do direito, de ética, de princípios, de notícias controversas, de sentenças estapafúrdias, de ambiente, de memórias.
Desta feita, e porque opinar é livre, só lê quem quer, e só segue quem concorda, aqui ficam os nossos pensamentos.
Primeiro, os parabéns ao Notícias e a todos quantos celebram aniversários em Agosto, e que habitualmente só celebram em Setembro, para terem quórum!
Depois, a sugestão de aproveitar as férias para descansar, conviver, praiar e proporcionar experiências, fazer coisas novas.
Nunca foi ao Museu? Vá!
Já conhece as jóias da Coroa? Pois devia!
Já viu ou ouviu os carrilhões do Convento de Mafra? Já era tempo!
E os Jerónimos aqui tão perto? Ou o Castelo de S. Jorge?
Siga, experimente, aproveite a riqueza do país, ainda que à custa de tantos… e descubra que há dias e horários de entradas grátis, bilhetes família, crianças, estudantes e maiores de 65 têm descontos. Afinal, os preços não são desculpa para tudo.
Preste atenção às notícias da seca, às cotas das barragens e às previsões. Consulte e perceba o que aconteceu na Cidade do Cabo, na África do Sul, onde uma seca terrível alterou brutal e definitivamente o modo de vida da população.
Ainda vamos a tempo, não sei se tempo para evitar uma seca terrível e as suas consequências. Mas tempo de criar novos hábitos, no consumo e utilização da água, sem dúvida. E saiba que é melhor e custa muito menos fazê-lo por vontade do que por necessidade.
Habituarmo-nos a poupar água, a usá-la regradamente, a reaproveitar, a evitar o desperdício, por convicção e não por falta do que gastar é uma boa regra.
Bem sei, que ainda estamos a ressacar da pandemia, e de todas as dificuldades e lacunas com que temos vivido.
Também conheço e vejo o impacto e o choque da guerra, as fugas dos refugiados e a dificílima sobrevivência de quem ficou. Percebi em primeira mão o peso emocional destas imagens, para muitos portugueses retornados de África, recordados do seu êxodo forçado há mais de 40 anos, mas tão presente na dor, na memória e na saudade.
Gosto da ideia de reconstrução, de ponderar, de tomar decisões. Gosto da energia que a pausa das férias me confere. Gosto de fazer reset (apagar e começar de novo), apesar de o fazer apenas em pequeninas coisas.
Porém, e não porque tema ou antecipe as sete pragas do Egipto, parece-me que abandonar maus hábitos e criar novos, é sempre um bom exercício, pessoal, familiar, profissional, que bem podemos tornar colectivo.
Afinal, as medidas vão sendo tomadas em vários países por estrita necessidade. Horas de apagões de eletricidade, imposição de limites de consumo, encerramento de espaços.
Procuremos fazer melhor, fazer mais pelo ambiente, pela nossa vida e pelas gerações futuras.
Entretanto ofereça-se tempo e experiências.
Se não lê, compre um livro, peça a um amigo ou leve da biblioteca.
Se não anda, comece a dar uma voltinha depois do jantar.
Se acha que não aprecia arte, vá a uma exposição e deixe-se levar. Olhe que não gostar é um direito e criticar até pode ser um dever.
Acima de tudo, respire, renove-se e seja responsável.
Poupe o ambiente, cuide do planeta com a convicção e a certeza que está a cuidar de si.
Boas férias, bons bailaricos e bons passeios!
Saúde e paz!