Escola de Loures
Tutor abusa de 10 crianças
6 de maio de 2023
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A Polícia Judiciária de Lisboa deteve um jovem de 26 anos por abusar sexualmente de quatro meninos com idades entre os sete e nove anos em Loures e já recolheu mais provas que permitem aumentar para dez as vítimas deste suspeito. Os crimes ocorreram no início deste ano e tiveram lugar numa escola do concelho de Loures.
O suspeito, de 26 anos, seria tutor de uma associação do concelho de Loures para crianças de nacionalidade estrangeira e os crimes ocorriam nas casas de banho da escola. O suspeito acariciava as vítimas, todos rapazes, nas zonas íntimas e tinha com elas conversas inapropriadas.
Foi o agrupamento de escolas que realizou a queixa à Polícia Judiciária de Lisboa ao ter conhecimento do que se passava e rapidamente os inspetores da PJ partiram para a detenção do homem por abuso sexual de menores. Foram reunidas provas que permitiam indiciar o suspeito por quatro crimes, quatro vítimas, mas o número era maior. Ainda assim, o perigo de continuação dos crimes era urgente e por isso, foi emitido um mandado de detenção pelo Ministério Público de Loures.
A Polícia Judiciária vai continuar a investigar o caso, admitindo que existam mais vítimas, uma vez que este homem tinha contacto com crianças desde o início do ano letivo, mas os crimes denunciados dizem respeito ao início deste ano, ao abrigo de um protocolo que o agrupamento de escolas tem com uma associação do concelho para nomear tutores para as crianças de nacionalidade estrangeira.
O suspeito vai aguardar por julgamento em prisão preventiva, medida de coação aplicada pelo Juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Loures.
A Câmara Municipal de Loures repudiou a situação e disse estar a acompanhar o caso.
O suspeito terá sido contratado por uma associação que promove a integração escolar de crianças de minorias étnicas, ao abrigo de um protocolo com a Câmara Municipal de Loures.
“A verdade é que, apesar da gravidade da situação, logo após a identificação do problema, de imediato foram tomadas as medidas necessárias pela direção do agrupamento, acompanhada pelos pais e encarregados de educação, quer pela associação parceira, nomeadamente denúncia, afastamento do mediador da escola e subsequente despedimento”, refere a Câmara de Loures, num comunicado.
A nota dá conta que o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, se reuniu com os agentes educativos envolvidos no projeto de mediação intercultural, designadamente diretores dos agrupamentos escolares, coordenadores de escolas, associações de pais e juntas de freguesia.
“Todos repudiaram a situação ocorrida, tendo sido unânime que a implementação do projeto não pode ser posta em causa por uma ocorrência imprevisível e hedionda. A verdade é que uma árvore não faz a floresta”, ressalva a autarquia.
O projeto em causa tem lugar em vários estabelecimentos de ensino do concelho de Loures e encontra-se suspenso na escola onde tiveram lugar os presumíveis crimes.
“Continuaremos a acompanhar esta situação de forma atenta e próxima da comunidade escolar. Reforçamos o sentimento generalizado da comunidade escolar, transmitido na reunião conjunta, da enorme relevância que o desenvolvimento do projeto tem tido para as escolas envolvidas e na confiança no trabalho desenvolvido”, conclui a nota.