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Notícias | Atualidade

Para evitar fecho de urgência em Loures

SNS contrata médica

2 de julho de 2023
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Uma médica do Porto, especialista em Ginecologia, foi contactada para substituir uma colega no Hospital Beatriz ngelo, em Loures, a mais de 300 km, que por não poder ser cumprida a escala noturna, obrigaria a encerrar a urgência desta especialidade, devido à falta de médicos.
Para se manter aberto o serviço teria de ter três especialistas e uma médica faltou por motivos familiares.
O caso ocorreu a 13 de junho, e não é caso único. A Direção Executiva do SNS (DE-SNS) admite que está a contratar médicos do Norte ao dia para que vão para Lisboa completar falhar nos turnos das urgências, com o objetivo de evitar o encerramento destes serviços, em especial os blocos de partos.
Em especial destaque para Ginecologista, Obstetrícia, Neonatologia, Pediatria e Anestesia.
No entanto, os preços pagos à hora a estes médicos chegam aos 100 euros por hora, o dobro do que é pago aos clínicos que estão nos respectivos hospitais. A realidade está a causar desconforto entre a classe profissional.
“O valor foi acordado com a diretora de administração do hospital que começou por oferecer 52€ por hora, mas aceitou pagar os 100€ por se tratar de uma situação repentina e de implicar duas viagens de três horas em pouco mais de 12h.
No caso da médica que veio do Porto para Loures, acresce que a deslocação foi feita num carro com motorista de um organismo sob alçada do Ministério da Saúde. Esta médica relata que chegou a acordo com a administração do Hospital de Loures e que recebeu 1200 euros para fazer o turno de 12 horas e que foi um “motorista dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais” quem a levou para Lisboa, e de regresso ao Porto.
Este tipo de medidas está a ser utilizado pela DE-SNS para responder à falta de médicos e evitar que fechem as urgências, que já estão a funcionar em muitos casos com condicionamentos e em alternância.
Nessa noite foram realizados 7 partos, se este serviço não estivesse aberto, não se poderiam ter realizado neste local.
“No fim tudo se resume a um problema estrutural. Há falta de médicos para fazer urgências e o Estado paga mal.” Afirma a médica do Porto que se deslocou a Lisboa.
A discrepância entre valores pagos a médicos que são ‘mobilizados’ do Norte para hospitais da região da Grande Lisboa está a gerar mal-estar entre colegas, que, por exemplo, no Hospital de Loures, onde os ginecologistas estão descontentes com o facto de a direção hospitalar estar disponível a pagar mais a profissionais que vêm de fora.
As críticas multiplicam-se também nas redes sociais, com médicos a destacar que se recorre a esta solução “só para o Governo e a direção executiva não terem polémicas em certos dias caso o serviço [de urgências] fechasse. Se pagassem estes valores a médicos de Lisboa, muitos fariam o serviço”.

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