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Notícias | Atualidade

Centro Comercial da Portela

A LIVRARIA ORVIL CELEBRA 40 ANOS

9 de setembro de 2024
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Apaixonada por livros, Bárbara Freitas, de 86 anos, sonhava desde pequena em ter uma livraria. Mais tarde, ao sonho da livraria, juntava-se o nascimento do grupo editorial 20/20, que viria a tornar-se num dos maiores a nível nacional. A Orvil celebrou em agosto 40 anos de existência na Portela.
«Pode afirmar-se que o prazer dos livros corre nas veias da família Freitas», revelam eles. E é também graças à matriarca Bárbara que a livraria se tem superado com um ar fantástico e etéreo. Mantém a chama de uma livraria tradicional intensamente viva. Para além de ser um ponto de encontro de vizinhos e amigos num Centro de comércio redondo.
Joana Freitas, de 48 anos, a filha mais nova do casal que formou a livraria (Bárbara e Manuel), é a capitã neste espaço do mundo das letras das prosas e das poesias, neste momento. A Joana sabe sempre tudo por antecipação: tanto a ordem dos livros, como os autores nacionais, mundiais e até locais. Sim, existe uma secção dedicada a autores portelenses. Ninguém estará esquecido.
Esta bookstore, inaugurada em 1984, é uma âncora da cultura literária eclética nesta localidade com cerca de 20 mil habitantes. Veste-se de cores despretensiosas para se colorir em tons literários num mote sem dissonâncias cognitivas. É um gatilho mental do marketing portelense, pois existe claramente uma reciprocidade emocional com toda a comunidade.
Joana, Ana Sofia e Manuel António são os filhos, que desde os 13 ou 14 anos ajudaram no atendimento. Vários colaboradores por aqui passaram e se mantiveram.

Joana, fala um pouco sobre a vossa história. Quem é quem?

Apaixonada por livros, Bárbara Freitas sonhava desde pequena em ter uma livraria. Escolher a Portela como local para viver com a família permitiu concretizar tal desejo, com a abertura de um espaço no recém-construído Centro Comercial. Inicialmente como sócia da Livraria e Papelaria Flavis - para quem se lembra, localizada onde hoje está “Aquela Papelaria” - e, mais tarde, em 1984, com a abertura da ORVIL. Quarenta anos volvidos, sempre com o apoio da família – Manuel, Manuel António, Sofia e Joana Freitas, e funcionários dedicados que passaram e ainda trabalham, como o Sr. Pinto, a Cândida e, a ainda resistente, Teresa (outros espalharam a sua simpatia ao longo dos anos), mantém portas abertas, com o mesmo sentido de missão: contribuir para a literacia da população da Portela com uma escolha criteriosa de títulos, na venda de manuais escolares de forma a apoiar os milhares de alunos que frequentam as escolas do concelho de Loures e Lisboa, e com artigos de papelaria e gift para as necessidades do dia a dia.

Como vêem a evolução de década para década?

O Centro Comercial da Portela faz 50 anos de existência em 2025, e foi, durante cerca de 25 anos, um espaço referência e de eleição para compras na zona de Loures e Lisboa, ainda que atraísse pessoas um pouco de todo o país. Era uma novidade existirem tantas lojas num único espaço, com salas de cinema a atrair muita gente, e lojas como a ORVIL na vanguarda da tecnologia com a venda de jogos para computador e consolas Nintendo e Sega. A abertura gradual de espaços comerciais próximos à Portela, de dimensão consideravelmente maior, mais modernos, e com oferta diferenciada em determinadas áreas, afetaram, sem dúvida, a frequência de pessoas ao longo dos anos. E as consequências são óbvias, como a falta de capital para modernizar o espaço, e a dificuldade em determinados negócios manterem as portas abertas.

Existe uma empatia e fidelidade da parte dos vossos clientes. Como foi a adaptação à concorrência das grandes superfícies comerciais?

É o atendimento mais próximo, seja na recomendação de um livro, na escolha de uma prenda, ou a simples disponibilidade trocar dois dedos de conversa, que distingue o negócio tradicional dos espaços maiores, mais impessoais e, muitas vezes, com menos conhecimento e formação fruto da rotatividade de funcionários. E empatia entre os clientes e a ORVIL manteve-se aos longos destes 40 anos. E isso faz a diferença!
Quanto à fidelidade, isso é outra questão. Naturalmente, por limitação de espaço, não conseguimos ter uma oferta tão grande
como outros espaços comerciais que vão surgindo, e também é verdade que vivemos num tempo de imediatismo, de querermos tudo para ontem. E falamos sobretudo de clientes mais jovens, com maior literacia digital, que privilegiam compras online, recorrendo menos a lojas físicas para o mesmo produto. Podemos dar o exemplo dos manuais escolares e a utilização dos vouchers oferecidos pelo Estado. Se os livros são oferecidos, porque não usar os vouchers em lojas tradicionais em vez de recorrer a grandes grupos? Porque não comprar o material escolar em lojas junto a casa se os valores são semelhantes e até, por vezes, mais baixos?
De qualquer forma, a ORVIL está sempre disponível para satisfazer qualquer pedido que esteja ao seu alcance, e isso é sempre importante e o que nos tem distinguido. Muito clientes brincam connosco a dizer… a ORVIL tem tudo, e o que não tem, arranja!

Uma mensagem que queiram partilhar com a comunidade

A mensagem da ORVIL é a mesma, acreditamos, de todos os lojistas com porta aberta no Centro Comercial: para o negócio local não morrer, é importante frequentar este espaço que sempre foi o coração da Portela. E um coração doente afeta todos os outros órgãos, neste caso a comunidade. A Portela sempre se distinguiu de outros bairros. Existe um sentimento de pertença de quem cá vive. A Portela é uma casa gigante, onde coabitam milhares de pessoas. O Centro Comercial faz parte desta casa, e é da responsabilidade de todos nós mantê-la saudável por muitos mais anos. E a ORVIL, agora a entrar nos “entas”, quer continuar a fazer parte desta bonita história.

Curiosidades

Já pensou na palavra “Orvil”? Na sua raiz etimológica e na sua terminologia? No seu significado? Tente ler a palavra ao contrario e ressalta um acróstico à vista, pois significa “Livro” quando lida dessa forma, numa composição poética que forma nessa direção outra palavra, dando assim outro contexto. De geração em geração, as constantes ficam, as variáveis vão…os videojogos do Specturm e Sega marcaram as décadas de 1980 e de 1990, as filas respondiam por si à questão do sucesso. A livraria celebrou em agosto 40 anos de portas abertas ao público, apesar da festa ter sido feita em setembro, por motivos de calendário das férias de verão.

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