Entrevista a Augusto Vaz
"Vamos manter os investimentos em Loures"
5 de junho de 2020
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Augusto Vaz investe há 14 anos em Loures, e vai continua a fazê-lo, Presidente do Concelho de administração da Vaz constrói acredita que juntos vamos todos dar a volta à crise.
Augusto Vaz preside ao conselho de administração da Vazconstrói com a experiência de quem está no ramo da construção há 30 anos, 14 dos quais no Concelho de Loures. Atento aos efeitos da Covid-19, mantém a confiança e o otimismo dos que souberam superar outros momentos de dificuldades na economia do país e segue o plano de investimentos da empresa na Grande Lisboa. A conclusão do parque habitacional Lezírias do Infantado, com 200 fogos na Quinta do Infantado, é um exemplo dessa estratégia confiante que fortalece o desenvolvimento de Loures.
Neste momento de dificuldades económicas provocadas pela pandemia do novo coronavírus, de que forma vê o crescimento e o futuro de investimento em Loures e em Portugal?
Com a confiança de que vamos saber superar mais este momento de dificuldades para as economias do país, da Europa e do Mundo. Por defeito ou virtude, tenho sido um gestor que analisa as situações, em cada momento, sempre com otimismo. Já decidimos que vamos manter os nossos investimentos em Loures e em Portugal, ainda que as perspetivas sejam de crescimento negativo em quase todo o continente.
Temos uma história com fartos exemplos de superação. Há pouco tempo conseguimos enfrentar outra crise de modo planeado, com muito trabalho e criatividade para alcançar novos mercados, de forma que saímos daquele período fortalecidos, criámos empregos e crescemos. Estamos a perfazer o mesmo percurso agora. O fundamental é não perder a confiança, a coragem, a fé no futuro, a certeza de que amanhã poderá ser sempre melhor do que hoje.
A crise anterior afetou muito as vendas? De que maneira?
A crise impossibilitou que muitas famílias portuguesas conseguissem contrair empréstimos para a aquisição de um imóvel. Ou a banca recusava o valor ou as condições que apresentavam eram insustentáveis para o agregado familiar. A consequência disso foi um efeito imediato de freio na indústria da construção, um sector sensível, que costuma reagir de forma muito rápida à oferta do crédito imobiliário para as famílias. Se há mais crédito, recuperamos os investimentos, erguemos novos empreendimentos e produzimos um efeito positivo de grande magnitude sobre toda a economia. São novos postos de trabalho na construção, nas empresas fornecedoras de insumos, novas dinâmicas nas economias locais, mais impostos e possibilidades de investimentos nos serviços públicos.
Quais as estratégias que usou para atravessar a crise quando muitos promotores caíram em falências?
Expandimos a divulgação do nosso produto em Feiras de Imobiliário no estrangeiro. A aposta incidiu na China, Brasil e Angola, com resultados muito positivos. Conseguimos atrair os investimentos necessários à conclusão dos empreendimentos em curso e ao nosso plano de expansão dos negócios. Essa estratégia inseriu-nos num fluxo de investimentos externos muito benéfico para a nossa empresa, para o país e para Loures.
Há quantos anos se iniciou como empresário em Loures?
Estou no ramo da construção há 30 anos. Entretanto, a Vazconstrói começou a construir no concelho de Loures há 14 anos. Podemos dizer hoje, com orgulho e alegria, que crescemos juntos com Loures, abrimos juntos novas fronteiras e limites urbanos importantes para a qualidade de vida das pessoas. Atraímos famílias de concelhos vizinhos, sobretudo de Lisboa, ávidas por maior qualidade de vida, por habitações com mais espaços, conforto e localizadas em zonas agradáveis, com boas infraestruturas.
O que tem Loures a ganhar com a presença dos seus parques habitacionais?
Os parques habitacionais ajudam a promover o desenvolvimento económico e social de Loures ao receber investimentos robustos durante o período de construção, ao fortalecer o comércio local mas, principalmente, ao possibilitar, até pela proximidade ao Centro de Lisboa, uma maior qualidade de vida para as famílias que escolhem estes locais para morar e deixam crescer ali as suas raízes.
A Grande Lisboa tem capacidade para absorver mais habitação nova?
No meu entender sim, principalmente construção de qualidade. Nos próximos meses é natural que haja um abrandamento, derivado da situação provocada pela Covid-19.
Contudo, considero que Portugal conseguiu, e está a conseguir, transmitir uma imagem muito positiva do nosso país no estrangeiro. Julgo, que assim, mais tarde será possível que a escolha passe pela nossa Capital e pelo Algarve, para se instalarem.
A diversificação de atividade é um bom princípio de gestão?
Podemos dizer que é o caminho ideal quando é possível. E falo disto não apenas para referir-me às empresas, porque mesmo na vida privada é saudável diversificar as atividades e as possibilidades de gerar receitas. Mesmo num país pequeno como o nosso é sempre melhor que tenhamos menor dependência económica de um único setor.
Há regiões excessivamente dependentes do turismo e que, em momentos como o que vivemos agora, são as mais afetadas e em que se sentem em maior profundidade os prejuízos resultantes da crise.
A aposta publicitária das empresas do Grupo Vazconstrói é moderada. Porquê?
Temos quase que uma obsessão pela qualidade dos apartamentos que construímos e entregamos. Dedicamos uma energia imensa a todos os pormenores da estrutura, do acabamento, dos equipamentos instalados e da relação com os nossos clientes na venda e no pós-venda. Acreditamos que a nossa maior e melhor publicidade é o produto que temos para oferecer aos clientes, e que estes são o nosso melhor meio publicitário.
Contudo, vemos a publicidade como um investimento, pelo que apostamos naquilo que consideramos ser viável para a nossa marca. Tanto publicitamos em edições locais, como publicitamos em televisão.
O que é que diferencia o seu negócio das concorrentes?
Não sei o que diferencia, mas sei qual é o nosso ponto forte. A qualidade e requinte do nosso produto. O fato de sermos nós a promover os nossos próprios empreendimentos, permitindo aos clientes um contacto mais direto connosco, que é preservado até o pós-venda.
Os espaços habitacionais em Loures ainda podem crescer?
Sim têm todas as condições, até pela proximidade a Lisboa, principal centro económico de Portugal e onde os espaços habitacionais já estão bastante ocupados, o que estimula naturalmente as famílias a buscarem novas zonas para investir e criar as suas raízes. Há ganhos importantes para o desenvolvimento de Loures neste fluxo económico com Lisboa.
Como vê a atual gestão camarária? Tem referência nos executivos com quem trabalha?
Todos os executivos de qualquer Câmara querem que haja gestores e empresas que criem riqueza e postos de trabalho para o desenvolvimento do seu concelho. No caso das Câmaras de Loures e Oeiras, tenho a dizer que os executivos estão muito próximos da resolução dos problemas das empresas. Em relação à Câmara de Lisboa, e talvez o principal motivo seja a sua vasta dimensão, notamos que as aprovações dos projetos são um tanto demoradas, e na nossa opinião isso pode criar situações insustentáveis aos investimentos pretendidos.
O que considera ser importante acontecer em Loures para que este concelho tenha mais desenvolvimento? A vinda do Metro seria diferenciador?
A vinda do Metro seria um marco muito importante para todo o concelho de Loures porque fortalece a sua inserção de maneira mais sólida nesse fluxo económico com a Grande Lisboa.
Mas é importante Loures estar preparada para aproveitar as oportunidades que vão surgir, que crie condições favoráveis para a implementação das empresas no concelho, potenciando a criação de novos postos de trabalho.
FICHA PESSOAL (Entrevistado)
Nome: Augusto Peva Vaz
Cargo: Presidente do Conselho de Administração Idade: 62 anos
Percurso profissional: Iniciei-me na área da restauração com 12 anos, altura em que vim para Lisboa. Comecei a trabalhar por conta de outrem, mas sempre com um espírito empreendedor, aos 20 anos abri o meu próprio espaço na zona da Damaia-Reboleira-Amadora. Neste ramo de atividade tive sempre contato com vários clientes construtores, tendo despoletado o meu interesse pela construção. Há 30 anos, iniciei esta atividade em sociedade com um familiar, em que as nossas construções incidiram nos concelhos de Odivelas, Lisboa e Vila Franca de Xira. Há 25 anos, em conjunto com a minha esposa, iniciámos este projeto que é hoje a Vazconstrói.
Há quantos anos labora no concelho de Loures: A nossa primeira construção no concelho de Loures foi há 14 anos.
Defina sobre a sua atividade no concelho de Loures numa frase ou três palavras: A Vazconstrói orgulha-se de fazer parte do desenvolvimento e crescimento de Loures.
Terra de origem: Segões, Moimenta da Beira
FICHA TÉCNICA (Atividade)
Número de fogos (aproximados): 700
Posição estratégica para o futuro: Continuamos com a nossa frente no empreendimento Lezírias do Infantado, na Quinta do Infantado, em Loures. De 200 apartamentos, 50% dos quais encontram-se já escriturados e habitados, enquanto os restantes 50% encontram-se ainda em fase de construção com uma taxa de 25% vendidos.
Em Paço d´Arcos, concelho de Oeiras, estamos a desenvolver o empreendimento Magnólia. Ele é composto por nove blocos de prédios, com 70 frações de habitação e cinco áreas comerciais. Temos prevista a finalização de três blocos para o final deste ano, enquanto os restantes seis blocos têm previsão de finalização para o fim de 2021. No próximo mês contamos arrancar com a abertura de vendas.
Para meados de 2021, temos previsto o início da construção do Condomínio Laranjeiras Apartments, que fica situado na Avenida dos Lusíadas, em Lisboa. Trata-se de um condomínio de 70 apartamentos de habitação e três áreas comerciais.
Postos de trabalho criados no máximo da atividade (diretos e indiretos): Média de 100 a 150.